Energia Eólica no Brasil e no Mundo

A energia eólica está se destacando nas últimas décadas como grande responsável pelo aumento da utilização de energia renovável em escala global. Ao longo de milhares de anos, a força do vento auxilia a humanidade de diversas formas, desde o impulso de veleiros e barcos, responsáveis pela conquista de territórios inexplorados, até a utilização de moinhos de vento que são explorados há mais de mil anos pela humanidade em suas atividades.

Entretanto, apenas no século passado a humanidade passou a aproveitar a força dos ventos como forma de obtenção de energia elétrica. Resumidamente, o vento produz energia elétrica, primeiramente, transformando a energia cinética do ar em movimento que atinge as lâminas em energia mecânica que propulsiona a turbina conectadas ao gerador produzindo, assim, energia elétrica.

O comprimento das lâminas é o fator determinante para a quantidade de eletricidade que uma turbina eólica é capaz de gerar. Há três categorias de turbinas: Pequenas com potência nominal menor que 500 kW, Médias com potência nominal entre 500 kW e 1000 kW e Grandes com potência nominal superior a 1 MW. Existem, dois tipos principais de arranjos para turbinas eólicas, sendo elas a turbina com eixo horizontal e a turbina com eixo vertical

Um sistema de energia eólica, pode ser instalado de duas formas distintas: Onshore e Offshore. O arranjo onshore permite um custo menor em termos de transmissão da energia elétrica, movimenta a economia local e reduz a emissão de gases no transporte de suas estruturas da fábrica até o local de instalação. Por outro lado, a velocidade do vento é menos previsível, fazendo com que esse arranjo possa perder eficiência. Já o arranjo Offshore possuir maiores custos de transmissão da eletricidade, mas permite uma previsibilidade maior sobre os ventos, agregando em termos de eficiência.

O desenvolvimento da geração de energia através da energia eólica está contribuindo para o crescimento da parcela de energia renovável na geração de eletricidade no mundo inteiro. O Relatório BP Statistical Review of Global Energy de 2019 fornece um bom panorama sobre a situação da energia eólica no mundo, que foi responsável pela geração de cerca de 160 TWh de eletricidade.

Com base na Figura abaixo, que apresenta a capacidade instalada de energia eólica no mundo todo, nota-se o aumento na capacidade mundial de transformar o vento em energia elétrica, intensificada nos últimos quinze anos, quando a capacidade instalada ainda não havia ultrapassado o patamar dos 100 GW instalados. Esse aumento nos últimos anos dessa fonte de energia é impulsionado pela China e por outros países que buscam formas cada vez mais sustentáveis de manter suas economias em movimento. Nos últimos 5 anos a capacidade instalada de energia eólica superou o patamar de 500 GW, esse marco é importante, pois mostra que a energia eólica está cada vez mais robusta e conforme os investimentos em pesquisa e desenvolvimento nessa área vão sendo os custos para executados,

eolica
a obtenção de eletricidade dessa fonte diminuem também, impactando positivamente tanto ambiental como economicamente.

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica, apenas no ano de 2018, 48,4 TWh de energia eólica foram gerados, equivalente ao abastecimento de aproximadamente 25 milhões de residências no Brasil, evitando a emissão anual de CO¬2 equivalente a duas vezes a frota de carros de passeio da cidade de São Paulo. Atualmente o Brasil possui 619 usinas eólicas instaladas no Brasil com uma capacidade instalada de geração de 15,4 GW.

A energia eólica no Brasil, ocupa a segunda posição em parcela de geração de energia no país, atrás apenas das fontes hídricas. Essa posição é justificada, em grande parte, pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). Embora ainda haja um grande potencial de exploração da energia eólica no país, essa participação na matriz elétrica brasileira é limitada, principalmente pela natureza intermitente dos ventos, que é incontrolável e varia conforme condições climáticas, mas que já ocupa a 8ª posição mundial em geração de energia eólica.

Os custos envolvidos no aparato que compõe uma usina solar sofreram quedas ano após ano com incentivos governamentais como o Proinfa, além de diminuição de tributações e impostos para esses componentes na última década tornando a energia eólica uma realidade nesse país que ainda não aproveita em sua totalidade os seus recursos naturais e renováveis.

O Brasil é um país que depende muito das usinas hidrelétricas para geração de energia, entretanto essa capacidade de geração fica comprometida quando há períodos com poucas chuvas nos reservatórios, como foi o caso de 2020, fazendo com que haja a necessidade de geração de energia pelas termelétricas para suprir a demanda, impactando na conta de luz da população. Os próximos anos serão decisivos para a diversificação da matriz energética brasileira e a Energia Eólica será protagonista dessa diversificação. Além disso, o mundo todo está buscando a redução das emissões de carbono e a Energia Eólica é uma peça chave para atingir essas metas e com a eleição de Joe Biden nos Estados Unidos e um possível comprometimento com o Acordo de Paris, os estímulos para esse tipo de energia serão cada vez maiores.



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