As hidrelétricas do Brasil e do mundo

Atualmente a energia hidrelétrica é a maior fonte mundial de geração de eletricidade renovável, assumindo um papel essencial na descarbonização do sistema de energia, tornando a matriz energética mais flexível. A energia hidrelétrica é uma tecnologia madura, mas continua a evoluir. As usinas hidrelétricas de reservatório e as usinas de armazenamento bombeado são particularmente adequadas para fornecer flexibilidade ao sistema, enquanto as usinas hidrelétricas a fio do rio não variam de acordo com as condições climáticas atuais ou sazonais.

As usinas hidrelétricas a fio d'água aproveitam a energia para a produção de eletricidade principalmente a partir do fluxo disponível do rio. Essas plantas podem incluir armazenamento de curto prazo ou "lagoa", permitindo alguma flexibilidade horária ou diária, mas geralmente apresentam variações sazonais e anuais substanciais.

As usinas hidrelétricas de reservatório dependem da água armazenada em um reservatório. Isso fornece flexibilidade para gerar eletricidade sob demanda e reduz a dependência da variabilidade das entradas. Reservatórios muito grandes podem reter meses ou até anos de entradas médias e auxiliam na proteção e irrigação contra inundações.

As usinas de armazenamento bombeado utilizam a água que é bombeada de um reservatório inferior para um reservatório superior quando o suprimento de eletricidade excede a demanda ou pode ser gerado a baixo custo. Quando a demanda excede a geração instantânea de eletricidade e a mesma tem um alto valor, a água é liberada para retornar do reservatório superior através das turbinas para gerar eletricidade.

Atualmente, o armazenamento bombeado representa a esmagadora maioria do armazenamento de eletricidade na rede.

Tanto em termos de geração de eletricidade, quanto de capacidade instalada, a China se destaca nas Usinas Hidrelétricas. É de longe o maior gerador desse tipo de energia no mundo, porém é um país que não depende dessa matriz energética. De acordo com o Banco Mundial, em 2015, apenas 19% da energia elétrica da China provém dessa fonte.

O Canadá e o Brasil são outros grandes países que se destacam. O Brasil devido a sua abundância em água e o Canadá devido as suas geleiras, que formam os rios que são aproveitados para a geração de eletricidade.

A energia hidrelétrica no Brasil possui capacidade instalada de aproximadamente 109 GW, fazendo com que a potência instalada proveniente dessa fonte seja superior a 60% de toda a potência instalada no Brasil por outras fontes, apresentando-se como uma energia renovável amplamente consolidada no país.

O Brasil possui aproximadamente 12% de toda água doce superficial do planeta, tornando-se o país com uma das maiores redes fluviais, com cerca de 12 bacias hidrográficas. Destaca-se a Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, sendo ela a principal usina hidrelétrica do mundo, com 20 unidades geradores e 14 GW de potência instalada, responsável por 88% de toda energia elétrica produzida no Paraguai e de mais de 10% da eletricidade consumida no Brasil. Trata-se de uma das maiores geradoras de energia renovável em todo o planeta, chegando a produzir 103 TWh em 2016, segundo dados do próprio site da hidrelétrica de Itaipu.

Embora seja uma fonte renovável, existem impactos socioambientais associados a construção de uma Usina Hidrelétrica.
A biodiversidade da região é afetada diretamente pela inundação das áreas próximas à Barragem, afetando as atividades de pesca das populações ribeirinhas pela diminuição das espécies de peixes, além do impacto direto no desmatamento da região.

A dependência da matriz energética brasileira pela geração hidrelétrica é evidenciada em períodos de estiagem, a incidência menor de precipitações afeta a capacidade de geração das usinas do país, fazendo com que uma parcela da geração da energia consumida seja proveniente das termelétricas, acarretando um maior custo da energia paga pelos consumidores finais. Logo, a diversificação da matriz energética brasileira, sobretudo no maior investimento de energias renováveis, será essencial para o desenvolvimento sustentável do país nos próximos anos.