Todos nós, mesmo que sem querer já utilizamos o petróleo, pelo menos uma vez na vida. Ele é responsável pela combustão da grande maioria dos meios de transporte atual e, principalmente, por mexer drasticamente no bolso de muitos habitantes dos grandes centros, que precisam se locomover diariamente entra sua casa, até o trabalho. Como têm sido o movimento dos preços da gasolina e do diesel (principais combustíveis utilizados nos transportes urbanos) na América Latina? O que esses preços nos dizem sobre a conduta política e econômica desses países?
Isso tudo ocorre, pois, a regulamentação sobre o petróleo, que era nacionalista e protecionista, até meados de 2014, se transformou e está em mudança para que empresas privadas possam atuar nesse setor no México. Visto que essa mudança ainda é recente e as empresas estão se “ajeitando”, os preços dos combustíveis no México ainda são caros, mas a tendência é que isso mude no longo prazo.
O mercado da gasolina e diesel no Brasil hoje é regulamentado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pela Lei Federal 9.478/97 (Lei do Petróleo). Esta lei flexibilizou o monopólio desse setor, até então exercido pela Petrobras, tornando a distribuição de combustíveis no país mais aberta. Porém, apesar da flexibilização na distribuição dos combustíveis, até pouco tempo, a extração e importação do petróleo nacional era exclusiva da Petrobras. Isso fazia com que os preços de distribuição fossem exercidos de acordo com o mercado, mas o preço de venda aos distribuidores, fosse sempre igual, uma vez que era a Petrobras que definia esses preços. Tanto que se tornou comum, durante o governo Dilma, repasses mais lentos nos preços de venda do petróleo para as distribuidoras, e isso causava uma redução nos preços de forma geral, já que o governo queria reduzir a inflação do país utilizando os preços dos combustíveis.
Hoje, com o governo Bolsonaro, a flexibilização é muito maior e os repasses de preço internacional são praticamente automáticos. Dentre os principais fatores no preço estão não somente o preço do petróleo bruto, como também custos de frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias, além de uma margem para remunerar riscos inerentes à operação, como a volatilidade da taxa de câmbio e dos preços, taxas portuárias, lucro e tributos. A seguir, uma imagem que representa, em partes, essa precificação, de acordo com a Petrobras:
Sendo assim, é importante notar o quanto políticas econômicas são importantes para o preço do combustível. O consumidor final acaba ficando, diversas vezes, com a “conta” a ser paga. Tanto políticas de abertura (como no Chile), quanto mais protecionistas (como o Brasil, durante o governo Dilma), podem fazer com que os preços sejam menores no bolso do consumidor, mas parece claro que a falta de um plano econômico concreto e de longo prazo é o grande responsável pelos altos preços.