Taiichi Ohno e Joseph Juran foram os responsáveis pela difusão e consolidação do que hoje é o Lean Manufacturing e o Six Sigma. O Lean teve sua origem nas fábricas da Toyota e o Six Sigma nas fábricas da Motorola, cada uma das técnicas possui suas características e objetivos, entretanto hoje em dia se usa em diversos projetos o Lean Six Sigma combinado com o intuito de potencializar as suas características.
Os objetivos do Lean são orientados à redução de desperdícios, produção baseada na demanda do cliente e eliminação de atividades que não agregam valor para o cliente, foca-se na simplificação. O Six Sigma é orientado à redução de variabilidade e defeitos nos processos, foca-se nas especificações dos clientes, respaldado pela matemática e estatística. Portanto, o Lean Six Sigma é a união dos dois, uma metodologia focada totalmente no cliente e com objetivos de redução de defeitos, desperdícios e variabilidade, buscando a excelência operacional.
Quando se avalia um processo com relação aos seus desperdícios, é possível classificá-los em oito tipos distintos, o famoso TIMWOODS (Transport, Inventory, Movement, Waiting, Over processing, Over Production, Defects and Skills). Embora tenha a sua origem na manufatura, o Lean Six Sigma pode ser aplicado em diversas áreas e setores.
Quando analisamos esses tipos de desperdícios no setor de serviços, encontramos o TIMWOODS com uma cara diferente. No caso de transporte, viagens e o fluxo de comunicação podem se caracterizar como um desperdício. Excesso de tarefas, ou multitasking, trata-se de um desperdício de estoque. Ações desnecessárias se assemelham a um desperdício de movimento. Atrasos em informações e reuniões constituem um desperdício de espera. Excesso de informações e retrabalho se aproximam de desperdícios de processamento e de produção. Os defeitos nesse setor, surgem informações erradas. Por fim, nota-se o desperdício de habilidades quando há alocação incorreta de recursos humanos.
Do ponto de vista do Six Sigma, uma ferramenta imprescindível para encontrar os problemas de variabilidade é o diagrama de Ishikawa (espinha de peixe). O objetivo dessa ferramenta é auxiliar no levantamento das possíveis causas dos problemas do ponto de vista das variações causadas pelas máquinas, mão de obra, medidas, métodos, material e meio ambiente. Popularmente conhecida como 6M, essas categorias fornecem uma ótima pista de onde se encontra o problema de variabilidade do processo, seja em um processo de manufatura, serviço ou na gestão de fornecedores.
A análise de desperdícios e de variabilidade é fundamental para definir problemas em diversos setores, fornecendo subsídios para as outras etapas do DMAIC, que é o framework do Lean Six Sigma para a resolução de problemas que envolvam redução de desperdícios e variabilidade. As cinco etapas do DMAIC são a de Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar (Define, Measure, Analyze, Improve, Control) e representam uma estrutura objetiva de resolução de problemas em diversas indústrias.